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O PRAMANTHA – TÉCNICA & CÂNONE DA INICIAÇÃO




O tema do Pramantha é capital na Tradição de Sabedoria, pois dada a importância do que representa –o ato de produzir o fogo e a luz-, acaba por adquirir múltiplos significados e expressões. Nesta matéria, trataremos de mencionar todos os seis significados do Pramantha, a saber:

a. Objeto. O instrumento original de produzir fogo.
b. Símbolo. O processo de iluminar e aquecer a alma.
c. Mito. Um mito de criação, envolvendo as polaridades.
d. Rito. A difusão social deste princípio criador de luz e vida.
e. Técnica. O método de unificar as energias de som, luz e amor.
f. Cânone. O modelo cultural mais evoluído, adequado e dinâmico para uma época.

Buscaremos nos deter mais nos dois últimos, por serem os mais profundos e sofisticados. Pois além de fazer alusão à técnica cientifica da iluminação, Pramantha está associado ao poder criador em geral, referente aos cânones evolutivos de uma dada idade do mundo.
Basicamente, trata-se do primitivo instrumento de produzir o fogo por fricção, que adquiriu sentido simbólico em muitas culturas, inclusive na nahua mexicana, como se observa no símbolo abaixo, onde a serpente se refere ao trato da energia kundalini.


O Pramantha em si é a parte positiva do instrumento, a vara que se manipula com as mãos, enquanto que o aspecto feminino é chamado Arani, base onde se coloca a palha ou os gravetos para produzir o fogo.
O tema integra os mitos de criação e redenção. Diz Blavatsky que “a criança divina, o Agni sânscrito, que se converteu no Ignis dos latinos, nasceu da união de Pramantha e Arani (a Svástika) durante a cerimônia do sacrifício.” (Doutrina Secreta, III, Estância IV, pg. 115) Este sacrifício tem relação com a cruz espiritual (a quarta iniciação), cujo símbolo representa a mandala da terra, mas também envolve a integração do positivo-espiritual (vertical) e do negativo-material (horizontal). Este Agni também resultou no Agnus dei, o cordeiro sacrificial cuja simbologia remonta à Era de Áries, quando o culto foi instituído por Moisés. É o ímpeto da paixão salvífica que move o messias e o permite superar a própria morte virtual na cruz.

Acima: a cruz-mandala de Agnus dei
Trata-se ademais de “uma cerimônia mística de vasto significado oculto e muito sagrado, que o materialismo grosseiro corrompeu em nosso século, dando significado fálico.” (“Glossário Teosófico”, Helena P. Blavatsky) Analisando a simbologia, a imagem do pramantarani naturalmente evoca a imagem shivaista de lingam-yoni, abaixo, e até podemos ver nisto uma alusão ao maithuna tântrico.
Porém, como adverte Blavatsky, “o seu simbolismo principal se refere à Cosmogonia” (Doutrina Secreta, III, Estância IV, n. 43). Justifica-o dizendo que o "Arani feminino é o nome da Aditi védico (esotericamente, ‘mundo matrix’). (...) “Nos Vedas, Aditi é a ‘Deusa-Mãe’, e seu símbolo é o espaço infinito.” (Glossário Teosófico”, Helena P. Blavatsky) O espaço, como reflexo da mente receptiva, é o ambiente das “infinitas possibilidades”.

lingam-yon
Por envolver mitos, naturalmente o tema se torna rito. Mas Pramantha também representa uma técnica e um cânone. A prática pramantharani em si, diz respeito à meditação ocultista onde a vara masculina representa a luz (energia masculina) e o arani é o coração (aspecto feminino). O terceiro fator que dinamiza o quadro é o verbo, o som neutral do mantra. O verbo é aquilo dá movimento, como as mãos que manipulam a vara-pramantha. O som é o “veículo da energia”, o aspecto mais denso ou concentrado da meditação.
Com isto, temos o envolvimento dos princípios da Tríade Superior de planos & chakras, através das hipóstases sagradas de Som, Luz e Amor, com vistas à reintegração da Mônada via ascensão de Kundalini (que é sabidamente trina).


Acima: "reconstituição monádica"sob a ação da trina Kundalini via Pramantharani

Tal tríade está presente, por exemplo, no famoso mantra budista (tibetano) OM MANI PADME (HUM), onde o HUM “final” (pois na verdade ainda existe o oculto HRI ascensional) refere-se ao fogo em si. Esta técnica, que a “moderna” Agni Ioga restitui hoje na Nova Era, também estava presente nos Mistérios Egípcios, tal como demonstra estas gravuras existentes nas capelas de Tutankamon, envolvendo as duas etapas principais da meditação criativa:

       
Acima: fase de ativação (“invocação”) e fase de ascensão (“evocação”). Capelas de Tutankamon

Esta ascensão plena de Kundalini, proporciona uma iniciação maior, que é a própria iluminação científica e ocultista (que traz a imortalidade d’alma), superando a pseudo-iluminação mental e mística, comum ao ciclo áryo, onde quase se buscava apenas “controlar o pensamento” passivamente (Raja Ioga) para obter insights ou samadhis transitórios, ao invés de usar a mente de maneira criativa (Agni Ioga) e até –já na esfera “pós-mental”- ascendente (Deva ou Kundalini Ioga). Em cada uma destas etapas –que podemos definir como “a arte de tornar-se uma estrela”-, existe o predomínio de um centro e o uso de uma Palavra específica de ativação. Pois o pramantharani é apenas uma das analogias possíveis do processo da iluminação. Sob muitos aspectos, a formação dos sóis também é deveras semelhante.


O cânone-Prâmana

Em termos gerais, o Pramantha é o processo de atualizar e fazer avançar a evolução do mundo, através dos meios mais dinâmicos e atuais de evolução.
“Faça a coisa correta”, já dizia o Buda através do seu Caminho Óctuple. O Pramantha nada mais é, do que fazer a coisa correta para cada estágio de evolução do mundo. Não se fala todavia de Pramantha individual, mas sim de coletivo, pois cada ser humano integra o coletivo racial. Existe u’a meta racial a ser cumprida, sem a qual não ultrapassamos as provas da transição dos ciclos. O Pramantha é o espírito do Dharma, do dever, da boa Lei. É o que se pode chamar de “Caminho”, que é significado de TAO, e como era chamado o ensinamento cristão no início.


O “conhecimento correto” é uma das premissas do Caminho Óctuple do budismo. Disto deduz-se do termo próximo, Pramâ ou, mesmo, “Pramâna (Sânscrito).- Medida, limite; pauta, regra; regra de ação; modelo, exemplo; autoridade; prova, testemunho, evidência, certeza; instrumento ou meio de conhecimento.” (Glossário Teosófico”, Helena P. Blavatsky). Podemos ver o termo como pró-manas, ou pró-mente, visando a formação de mentalidades adequadas a uma época. Entre outras acepções, pudemos apurar a seguinte etimologia das sílabas (ver associação com os centros, no desenho anterior): PRA: impulso, preencher; MAN: pensar, imaginar; THA: disco, protetor. Ou seja, algo como “instrumento para dinamizar o pensamento criador”.

O conhecimento disto advém de muitos fatores, sendo importante neste caso ter acesso a uma astrologia racial (e planetária). No Aryavartha (o universo cultural áryo), o Pramantha esteve relacionado ao símbolo da suástica, e certamente por mais de uma razão.

Acima: Arani com a suástica

A quintessência é a energia que está acima dos quatro elementos “estáticos” (e “humanos”) e o integra e dinamiza. Trata-se da energia que caracterizava a cultura árya, em seus aspectos mais elevados, no tocante à sua própria Loja Branca. A inserção do símbolo da suástica em Arani, significaria que o Pramantha é capaz e se destina a remeter neste ciclo até à energia da quintessência, que é aquela dos Adeptos ou Asekhas (“não-discípulo” ou mestre), ou a “estrela” da quinta iniciação.

Neste sentido, os calendários também apontariam para uma evolução atual do Pramantha (e do Pramâna), pois a partir de 2012 a humanidade (raça-raiz) recebe o seu quarto chakra (cardíaco), capacitando-se já à iluminação cientifica que a técnica pramantarani proporciona, e a hierarquia (Loja Branca) recebe o sexto chakra, adquirindo o dom da ascensão espiritual ou da cosmificação.
Tais coisas revolucionarão toda a cultura planetária -a natureza das energias, o padrão da arquitetura, os estilos e os temas das artes, etc.-, configurando a última etapa da evolução do homo sapiens.


Bibliografia recomendada

BLAVATSKY, Helena P., “A Doutrina Secreta”
“Glossário Teosófico”

SALVI, Luís A. W., “O Livro do Pramantha”
“Magia Branca & Teurgia”


Ver também 
O NovoPramantha
Da Iniciação à Iluminação
A Luz do Pramantha
O Fogo das Origens

Luís A. W. Salvi é autor polígrafo com cerca de 150 obras, e na última década vem se dedicando especialmente à organização da "Sociologia do Novo Mundo" voltada para a construção sócio-cultural das Américas.

Contatos: webersalvi@yahoo.com.br 
Fones (51) 9861-5178 e (62) 9776-8957
Editorial Agartha: www.agartha.com.br

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